Luiz Gama se torna o 1º brasileiro negro a receber título de de doutor “honoris causa” da USP

O Conselho Universitário da USP (Universidade de São Paulo) concedeu na última terça-feira (29/6) o título de doutor honoris póstumo ao poeta, jornalista e advogado a Luiz Gonzaga Pinto da Gama.

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De acordo com o Estatuto da Universidade, o título de doutor honoris causa é concedido “a personalidades nacionais ou estrangeiras que tenham contribuído, de modo notável, para o progresso das ciências, letras ou artes; e aos que tenham beneficiado de forma excepcional a humanidade, o País, ou prestado relevantes serviços à Universidade”.

Luiz Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 21 de junho de 1830, em Salvador, filho de um fidalgo português e de Luiza Mahín, africana livre da Costa Mina, ativista envolvida em diversos levantes dos escravos na Bahia no início do século XIX.

Nascido livre, foi vendido como escravo aos 10 anos pelo próprio pai para saldar dívidas de jogo e, com isso, levado para São Paulo onde, aos 17 anos, aprendeu a ler e escrever e conquistou judicialmente a sua liberdade.

Em 1850, tentou ingressar no curso de Direito da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Negro e pobre, não foi admitido formalmente como aluno. Entretanto, permaneceu nos corredores da faculdade, frequentou a biblioteca e assistiu a inúmeras aulas como ouvinte.

Luiz Gama adquiriu conhecimentos jurídicos que Ihe possibilitaram atuar na defesa jurídica de escravos. Formou-se advogado provisionado, tornando-se o maior especialista jurídico na libertação de escravos, tendo libertado mais de 500 pessoas e realizado ações também na defesa de pessoas pobres.

Paralelamente, atuava como jornalista e literato. Participou dos movimentos contra a escravidão e é reconhecido como um dos principais líderes abolicionistas do Brasil. Faleceu em 24 de agosto de 1882, aos 52 anos, antes da assinatura da Lei Áurea (1888).

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